Euphorbiaceae

Micrandra minor Benth.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2020. Micrandra minor (Euphorbiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

945.527,028 Km2

AOO:

104,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Secco et al., 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Acre — no município Cruzeiro do Sul —, no estado do Amazonas — nos municípios Barcelos, Fonte Boa, Japurá, Jutaí, Manaus, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença e Tefé —, e no estado do Pará — nos municípios Belém, Breves e Moju. Ocorre também na Venezuela (Bolívar), Peru (Putumayo) e Colômbia (Puerto Asis) (Souza e Secco, 2014; Sabrina Queiroz de Farias, comunicação pessoal).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore ou arbusto com até 12 m, não é endêmica do Brasil (Secco et al., 2020). Aqui, é popularmente conhecida na região Norte por arara-seringa ou seringarana (Secco et al., 2020) e também por cauchorana, seringá irari e aracá-seringa (Souza e Secco, 2014; Sabrina Queiroz de Farias, comunicação pessoal). Foi documentada em Floresta de Várzea, Floresta de Igapó, Floresta de Terra-Firme, Floresta Ciliar e/ou de Galeria associadas à Amazônia presente em 13 municípios distribuídos pelos estados do Acre, Amazonas e Pará. Apresenta distribuição ampla no país, EOO=1054242 km², e apesar de poder ser considerada Em Perigo (EN) por B2(iii), com a AOO=96 km²; sabe-se que a região de ocorrência conhecida ainda é considerada insuficientemente inventariada e ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência potencial em estado prístino. Assim, embora o pequeno valor de AOO sugira vulnerabilidade, existem muitos habitats semelhantes dentro de áreas protegidas onde subpopulações de M. minor podem se encontradas. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros. Também foi registrada recentemente (2011) em áreas isoladas do Norte da Amazônia. Assim, diante deste cenário, portanto, M. minor foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2011
Quantidade de locations: 13
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Hooker's J. Bot. Kew Gard. Misc. 6, 372, 1854. Popularmente conhecida na região Norte do Brasil por arara-seringa ou seringarana (Secco et al., 2020) e também por cauchorana, seringá irari e aracá-seringa (Souza e Secco, 2014; Sabrina Queiroz de Farias, comunicação pessoal).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Várzea, Floresta de Igapó, Floresta de Terra-Firme, Floresta Ciliar e/ou de Galeria
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.8 Subtropical/Tropical Swamp Forest
Detalhes: Árvore ou arbusto de até 12 m de altura, ocorrendo em Florestas de Várzea, Igapó, de Terra Firma, Ciliar e de Galeria, associadas à Amazônia (Secco et al., 2020). A espécie habita ambientes de terra firme de solo arenoso e argiloso, e áreas alagadas próximo a igarapés e rios (Souza e Secco, 2014; Sabrina Queiroz de Farias, comunicação pessoal).
Referências:
  1. Souza, P.J.S, Secco, R.S., 2014. Revisão taxonômica de Micrandra Benth. (Euphorbiaceae s.s.). Hoehnea 41(2): 283-302.

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas habitat present local high
Com uma alta densidade demográfica (41 hab. por ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos18 anos. Mas sua proximidade com a Reserva Adolpho Ducke há uma grande preocupação, pois os estudos mostram que a Reserva sofre grande pressão devidoao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al., 2007). Na Ilha do Mosqueiro foi observado um incremento significativo da área urbana em função da crescente especulação imobiliária, de uma forma desordenada e localizada nas porções Norte e Noroeste, na ausência de um planejamento efetivo (Venturieri et al., 1998). O crescimento urbano de Manaus foi o maior da região Norte, sendo considerada hoje o 12º maior centro urbano do país, e uma metrópole regional, com 1.644.690 habitantes. Nos últimos dez anos, Manaus, foi dentre os municípios mais populosos do Brasil, o que apresentou a maior taxa média geométrica de crescimento anual (Nogueira et al., 2007).
Referências:
  1. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais, in: Anais Do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Florianópolis, pp. 5427–5434.
  2. Venturieri, Ad., Watrin, O.S., Rocha, A.M.Á., Silva, B.N.R., 1998. Avaliação da Dinâmica da Paisagem da Ilha do Mosqueiro, Município de Belém, Pará, in: In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 9, 1009, Santos. pp. 247–256.
  3. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais, in: Anais Do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Florianópolis, pp. 5427–5434.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 1.3 Tourism & recreation areas habitat present local medium
A área de mata ciliar da cachoeira Baixa do Tarumã, sofre aos efeitos das atividades humanas como por exemplo o turismo (Farinaccio e Stevens, 2009).
Referências:
  1. Farinaccio, M.A., Stevens, W.D., 2009. Matelea quindecimlobata (Apocynaceae, Asclepiadoideae), a New Species from Amazonas, Brazil. Novon A J. Bot. Nomencl. 19, 156–158. URL https://doi.org/10.3417/2007134
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat present local
Os municípios Cruzeiro do Sul (AC) e Moju (PA) possuem, respectivamente, 7,81% (68592,5ha) e 19,31% (175637,2ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Cruzeiro do Sul (AC) e Moju (PA). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 3.2 Mining & quarrying habitat present local high
O município de São Gabriel da Cachoeira contém reservas importantíssimas de minério (nióbio, manganês e fosfato) que estão sendo visadas para exploração, já possui rodovias dentro dos seus limites (Perimetral Norte e a Rodovia São Gabriel-Cucuí parcialmente construída), instalações militares, seis reservas indígenas, incluindo uma missão salesiana e está sofrendo invasões muito sérias por parte de garimpeiros (especialmente ao longo Rio Cauaburí) (Rylands e Pinto, 1998). São expressivas as ocorrências relacionadas aos pegmatitos na região nordeste brasileira, destacando-se os estados da Bahia, Paraíba e Ceará. No Estado do Amazonas alem da citada reserva do Pitinga deveriam ser somadas as dezenas de ocorrências no Alto e Médio Rio Negro, as quais são constantemente exploradas por indígenas e não indígenas, em reservas e parques nos Municípios de Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, tudo ao arrepio da lei (ANM, 2005).
Referências:
  1. Rylands, A.B., Pinto, L.P.D.S., 1998. Conservação da Biodiversidade na Amazônia Brasileira?: uma Análise do Sistema, Cadernos FBDS. Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Rio de Janeiro.
  2. ANM - Agência Nacional de Mineração, 2005. Tantalita. Sumário Miner. - Sumário Miner. Bras. 2005 - Tantalita 2005rev. URL http://www.anm.gov.br/dnpm/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/sumario-mineral/sumario-mineral-brasileiro-2005/tantalita-2005rev/view
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded habitat present local high
A Ilha do Mosqueiro contribui com 41% do total da área do município de Belém, apresenta uma paisagem muito heterogênea em termos do tipo de ocupação e atividades econômicas desenvolvidas. Um estudo da dinâmica da paisagem indica que no período de 1990 e 1995 houve uma mudança observada de 53% da cobertura vegetal natural da área de estudo, com uma perda média de área florestal de 1 km²/ano durante o período, causada por como cultivos perenes, pastagens e desenvovilmento urbano (Venturieri et al., 1998).
Referências:
  1. Venturieri, Ad., Watrin, O.S., Rocha, A.M.Á., Silva, B.N.R., 1998. Avaliação da Dinâmica da Paisagem da Ilha do Mosqueiro, Município de Belém, Pará, in: In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 9, 1009, Santos. pp. 247–256.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 9.1.1 Sewage habitat present local high
O chorume gerado do aterro sanitário da cidade de Manaus, contem alta concentração dos metais pesados (Zn, Co, Ni, Cu, Fe, e Pb). Este chorume contamina os corpos hídricos da Bacia do Tarumã-Açu causando impacto ambiental. Segundo Santana e Barroncas (2007) a alta concentração destes metais pesados está muito acima dos valores permitidos pela resolução 357/2005 do CONAMA. O rio Tarumã e seus afluentes, estão impactados por resíduos provenientes de um aterro sanitário e secundariamente por esgotos domésticos. (Santos et al., 2006).
Referências:
  1. Santana, G.P., Barroncas, P. de S.R., 2007. Estudo de metais pesados (Co, Cu, Fe, Cr, Ni, Mn, Pb e Zn) na Bacia do Tarumã-Açu Manaus (AM). Acta Amaz. 37, 111–118. URL https://doi.org/10.1590/S0044-59672007000100013
  2. Santos, I.N. dos, Horbe, A.M.C., Silva, M. do S.R. da, Miranda, S.Á.F., 2006. Influência de um aterro sanitário e de efluentes domésticos nas águas superficiais do rio Tarumã e afluentes - AM. Acta Amaz. 36, 229–235. URL https://doi.org/10.1590/S0044-59672006000200013

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental - Baixo Rio Branco (US), Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (US), Área de Proteção Ambiental Tapuruquara (US), Estação Ecológica Juami-Japurá (PI), Parque Estadual Rio Negro Setor Sul (PI), Reserva Extrativista Baixo Rio Branco Jauaperi (US) e Estação Ecológica Jutaí-Solimões (US) (Sabrina Queiroz de Farias, comunicação pessoal).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em Moju (PA), município da Amazônia Legal considerado prioritário para fiscalização, referido no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 03 de agosto de 2020).
  2. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2018. Portaria MMA nº 428, de 19 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, 20/11/2018, Edição 222, Seção 1, p. 74. URL http://http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/50863140/do1-2018-11-20-portaria-n-428-de-19-de-novembro-de-2018-50863024 (acesso em 03 de agosto de 2020).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.